sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

ovos.

não sei se alguém lembra da vez que eu postei sobre o meu drama de comprar um dado, pelo simples fato de não saber direito como pedir um sem cair no clichê de mau gosto "o senhor tem dado?".

esses dias me aconteceu algo parecido. não sei se sou eu que tenho a mente poluída ou sei lá, mas eu sempre imagino as piores respostas.

tava no BIG e como eu não sou muito chegada a esse papel de dona-de-casa e ODEIO supermercado, eu não sei muito bem onde ficam as mercadorias.
o último item da minha lista eram...OVOS.

não, eu não sabia que os ovos ficavam junto com as verduras, nem me dei conta que o nome da seção é "hortifrutigranjeiros" GRANJEIROS, de GRANJA, onde têm GALINHAS que colocam....OVOS!

muito bem. andei uns 17km dentro do super até me dar por vencida: "vou perguntar".
nenhuma funcionária. só cueca. azar. muito bem, como eu pergunto?

- oi, tem ovos?
- com licença, onde estão os ovos?
- moço, podes me mostrar onde ficam os ovos?

juro que eu sempre imaginava o cara respondendo de forma bruta, segurando o saco e dizendo "tão aqui ó, é só pegar! hahahaaha".
de qualquer forma, eles pensariam em alguma piadinha infame e depois contariam pros amigos num boteco qualquer.

azar.
"oi, sabe me dizer onde tem ovos?" - foi o melhor que eu consegui.
"ali na seção de hortifrutiGRANJEIROS, moça." (mentalmente ele trocou o "moça" por "panaca", certamente.)

ai, que raiva que me dá de perguntar coisas constrangedoras.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

as muitas eus ou: surto de vaidade.

desde pequena eu ouço de todo mundo que, por ser geminiana, eu tinha "duas caras".

aí eu cresci e fui numa astróloga. papo vai, papo vem, comentei que todo mundo dizia que os nativos de gêmeos são vistos como pessoas dúbias o que, muitas vezes, pode não ser bom.

ela me olhou bem devagar, sorriu e falou a frase que seria a minha saída triunfante dali pra frente, toda vez que me fizessem qualquer acusação ao descobrirem meu signo:

- mariana, tu não é duas. tu é várias. tu é quem tu quiser, dependendo do teu humor, do dia, da lua, do sol, da umidade relativa do ar, tanto faz.

achei aquilo tão legal! como eu não tinha me dado conta?!

claro que isso não caracteriza um distúrbio de personalidade nem distorce a minha auto-imagem. mas eu realmente assumi esses papéis. e ser muitas marianas me ajuda em vários momentos da minha vida: na hora que eu tenho que ser calma e delicada com os meus pacientes, quando eu tenho que brigar com alguma vítima de qualquer 0800, quando eu tenho que falar em público, quando eu tenho que encarar uma reunião cabeludíssima em algum local de trabalho...

muita gente vai pensar que isso é falsidade, que eu sou uma grande mentira ou que eu sou cínica e dissimulada.

ledo engano, meus caros.

toda e qualquer mariana que vocês tiverem o imenso prazer de encontrar em mim será a criatura mais verdadeira e transparente, com toda a sinceridade do mundo. tenham certeza.

mesmo que a aparência mude, a voz fique mais firme ou mais doce, os gestos sumam ou apareçam com exagero, o sorriso saia fácil ou a face se feche num semblante sisudo, ainda assim, serei eu. afinal, é muito monótono ser a mesma pessoa o tempo todo.

e se tudo isso assustou vocês e agora vocês pensam que eu sou um caso de psiquismo grave, fiquem tranquilos. se vocês não gostarem muito da mariana que vocês encontrarem, sentem e esperem uns minutos. logo logo já aparece outra.


***

aproveitando o assunto: bem que eu gostaria que fosse fácil assim mudar de cara, de cabelo e de cor de olhos. isso ia ajudar muito na caracterização das minhas muitas eus.



quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

babies

segundo o site makemebabies esses serão nossos filhos. o difícil é ter que manter a mesma cara da foto que a gente mandou pro site , na hora H.


ah, falaí...até que saíram bonitinhos!





quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

pode?

não sei se vocês lembram ou acompanharam meu blog durante os 3 meses que passei em munique, na alemanha em 2006.

eu aproveitei alguns dias de sol e relativo calor pra me bronzear à beira do rio isar, que atravessa a cidade. lá, eu presenciei cenas que se encaixariam muito mais na nossa realidade (superdescolados, país do carnaval, do funk, da dança da bundinha, blablabla) do que na sociedade alemã (dita fria, preconceituosa e conservadora).

pois bem. os alemães realmente trocavam de roupa na frente de todo mundo ou ficavam ali, peladões com suas coisas balançantes penduradas (mulheres tinham coisas balançantes no hemisfério norte e homens no hemisfério sul), nem aí pra ninguém. e não era local de nudismo. tiravam os biquínis e sungas molhados, vestiam as roupas e iam pra casa, bem belos e sequinhos. eu que não tive coragem nem de fazer topless, voltava pra casa molhada e com frio.

ontem, me surpreendi ao ler a notícia dos velhos alemães que foram detidos ao trocar de roupa no saguão do aeroporto de salvador.
ah, faça-me o favor!

tudo bem, eu até posso concordar (depois de refletir muuuuito) que eles deveriam se encaixar aos costumes do país que visitam e tudo o mais (?!), mas ter que aguentar a hipocrisia dos soteropolitanos dizendo que aquilo era uma pouca-vergonha, foi demais.

os véios passaram vários dias cheios de mulatas se oferecendo, bebida liberada, bundalelê, fio dental, e tudo o que tinham direito mas, ao voltar pra casa, foram vítimas da nojenta e asquerosa hipocrisia brasileira.

me pergunto:
*mulherada esfregando a bunda na cara de estrangeiro no carnaval (e fora do carnaval) não é pouca-vergonha?
*baile funk não é pouca-vergonha?
*carnaval não é pouca-vergonha?
*mulher melancia e outras frutas bichadas, não são pouca-vergonha?
*big brother não é pouca-vergonha?

claro que, pra eles, a imagem que o brasil passa é de um país sem pudores. afinal, se na alemanha pode, porque aqui não poderia??

dou meu apoio total aos velhos alemães! se a gente pode usar fio dental na alemanha (que, com certeza, pra eles é muito mais provocante do que bunda de fora), eles podem trocar de calça no aeroporto. nada de dois pesos duas medidas. sejamos coerentes e sensatos.
hipocrisia é o cúmulo.