quando viu, mal sabia que seria o início.
e olhar nos olhos dele era como submergir num mar agitado e sedento - por respostas, incansável.
aí, já estava sorrindo novamente das idéias insanas que brotavam de um jeito assustadoramente natural daquela mente fértil.
já estava concordando com as teorias absurdas dele que projetavam-na pra um outro mundo, em segundos.
ele tinha a capacidade de abduzi-la da realidade e, sem saber, alimentava suas idéias mais loucas.
tinha o poder de fazê-la flutuar com um sorriso.
e aí, ela só sentia-se à vontade quando olhava novamente aqueles olhos caídos e cansados que, por vezes, escondiam-se atrás de lentes numa tentativa de enxergar o mundo um pouco menos distorcido pela sua própria cabeça.
contava os dias, pra poder admirá-lo outra vez durante horas, dormindo displicente.
fechava os olhos só pra ficar mais fácil de imaginar o toque das mãos dele pelo seu corpo.
ele era a exceção de todas as suas regras e a mais deliciosa das transgressões.
quando viu, estava nessa de sonhar acordada com o dia em que pudesse realmente absorver, devorar, concordar, discordar, descobrir e mergulhar naquela interminável atmosfera de tantas coisas que lhe interessavam como se lhe pertencessem.
Enlouquecida, quis correr para longe... mas quando viu, era tarde demais.
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