sexta-feira, 31 de março de 2006

TOP 5

5 coisas que eu quero fazer antes de viajar:

1. Jantar no Al-Nur no dia que a mulher que lê a borra do café esteja lá.
2. Jantar na Sálvia Pizza - a melhor pizzaria de Porto Alegre
3. Passar um fim de semana na praia
4. Gravar algumas músicas que eu gosto pra levar e ouvir quando der saudade
5. Fazer um backup no meu computador

A quem interessar possa: faltam 45 dias.E eu ainda tenho um MONTE de coisas pra resolver. That's me o/

ah,

eu não tou mais "perigosamente irada" já faz tempo...é que o site pra mudar o humor tá fora do ar.
só pra ninguém mais ficar com medo ou achar que eu ando de mal com a vida.
ó como eu tou feliz: :D

quinta-feira, 30 de março de 2006

hein?!

A coisa mais engraçada em trabalhar com crianças, é ouvir elas falarem. As alterações de fala, muitas vezes, transformam a terapia em crise de riso.

Não que eu esteja rindo do problema nem da criança, mas sim, dos absurdos verbais que esses problemas originam.
A primeira vez que fiquei sozinha com um paciente, um menino de 6 anos, foi cômico. Ele me perguntou:
-tia, tu tem cílios?
eu achei a pergunta estranha, mas apontei pros meus olhos e mostrei que tinha cílios, sim.
daí ele fez uma cara de paisagem e explicou melhor:
-não, tia..."cílios", de pai, mãe e "cílios". Eu sou cílio da minha mãe, entendeu?
eu não sabia se ria ou se chorava e só naquele dia, caiu a minha ficha de que a partir dali, veria e ouviria as coisas mais bizarras do mundo.

Mas eu mesma, quando era pequena, falava um monte de coisas erradas como qualquer criança normal em fase de aquisição de linguagem (até os 5 anos, falar errado é tolerável) e aposto que todo mundo tinha as suas trocas que viraram marca registrada na família.
Por exemplo,

Eu tinha medo de andar na calçada, em Arroio do Sal, numa época em que tinha um monte de sacudos (cascudos) pelo chão.
Quando chegava na casa do meu tio, no Cassino, meus pais sempre tinham que me avisar quando a gente passasse pela couve-flor (catavento).
Minha mãe colocava roupas pra lavar na mánica (máquina).
O meu primeiro aniversário foi com personagens da turma da Môquina (mônica).
Quando eu tinha 8 meses, fiz uma plástica pra reconstruir o céu da boca, pq. cortei com uma colher. Por isso fiquei com a pancainha (campainha) tolta (torta). Eu mostrava pra todo mundo.

Depois eu fui crescendo e a complicação lingüística se estendeu:
Nos episódios do Chaves, eu demorei pra entender a sacada do Professor Girafales:
- Vim lhe trazer esse um mil de (humilde) presente! (achei que fossem mil rosas, sei lá)

Quando chegou a época das reuniões dançantes, eu gravei uma fita da banda da moda: Rock 7 (Roxette) - inclusive escrevi isso na capinha da fita, bem grande.

Mas eu tenho uma lista de coisas engraçadas que eu já ouvi de crianças, tipo:
-manoese (maionese)
-avenessário (aniversário)
-kekichupe (ketchupe) - FOI UMA CRIANÇA, OK? SEM PIADAS.
-fofudas (corcundas) - em uma música da xuxa, que falava do camelo que tinha 3 corcundas.
-church (água) - sim.
-chumiga (formiga)
-tic-tic-ná (tic-tac) - aqueles enfeites de cabelo, pra quem não sabe.
-bômbi (vôlei)
-nanadeu (penico) - pq. quem deu o penico foi a tia Nana.
-felefone (telefone)

e mais umas que eu não lembro agora...

E viva a minha profissão! :)

quarta-feira, 29 de março de 2006

terça-feira, 28 de março de 2006

A propósito,

você já mandou algum brasileiro pro espaço?


Se ainda não, entre na moda e mande o seu.

Espaço aberto para xingamentos, baixarias, descidas do salto, rodadas de baianas, chutações de balde e paus de barraca. Fique à vontade.

Estatística:
- último brasileiro mandado pro espaço: Antonio Palocci
- penúltimo brasileiro mandado pro espaço: Agustinho (BBB 6)
- próximo brasileiro a ser mandado pro espaço: Astronauta Marcos Pontes

segunda-feira, 27 de março de 2006

The Wonders

Como eu não sei fazer músicas, eu uso as dos outros. Mas o efeito é praticamente o mesmo.

That Thing You Do

You doing that thing you do!
Breakin' my heart into a million pieces
Like you always do.
And you, don't mean to be cruel.
You never even knew about the heartache
I've been going through.
Well I try and try to forget you guy
But it's just so hard to do.
Every time you do that thing you do!

I know all the games you play
And I'm gonna find a way to let you know
That you'll be mine someday.
Cause we, could be happy can't you see?
If you know me let me be the one to hold you
And keep you here with me.
'Cause I try and try to forget you guy
But it's just so hard to do.
Every time you do that thing you do!

I don't ask a lot guy but I know one thing's for sure.
It's the love that I haven't got guy.
And I just can't take it anymore.
Cause we, could be happy can't you see?
If you know me let me be the one to hold you
and keep you here with me.

Cause it hurts me so just to see you go guy
Around with someone new.
And to find that you, you're doing that thing.
Every day just doing that thing.
I can't take you doing that thing you do.

sábado, 25 de março de 2006

Brilha Brilha estrelinha...


Eu tou numa fase péssima: falta inspiração pra escrever. Quando isso acontece, a melhor coisa a fazer, dizem os especialistas, é trocar tudo por uma imagem, uma foto qualquer.
Mas essa não é uma foto qualquer.

A estrelinha do mar aí em cima, é a pessoa que mais me dá colo, me mima, me enche de beijo com a boca suja de feijão, me assusta com lagartixas de borracha, me abraça "bem fortão" e me diz todos os dias que me ama. É quase uma extensão de mim mesma. E eu não acho que o fato de ela ser parecida comigo seja um mero acaso genético. Ela é a minha porção inocentemente transgressora.
Uma pequena grande mestre, me ensinou que sentar no chão e desenhar com lápis de cor pode ser a solução pra muitos problemas; que imitar o Nemo e a Dory, faz a gente rir até a barriga doer; que dançar na frente do espelho deixa a gente cansada, suada, mas...feliz; me ensinou que comer doce-de-leite escondido do pai e da mãe direto do pote, com o dedo, nem é feio. e não engorda. e o melhor: ela me mostrou que eu ainda tenho muito pique pra apostar corrida e ver quem chega primeiro no mar. Só me deixa com um nó na garganta quando ela pergunta, com os olhinhos de jabuticaba, se vai demorar pra eu voltar da alemanha.

Esse dia aí da foto, foi a apresentação final do curso de Ballet. A maioria das fotos não prestou porque a fotógrafa aqui, não sabia se batia a foto, se ria, ou se secava as lágrimas. Ficou tudo fora de foco.
E o que me deixa mais feliz, é que além de tudo, ela canta Lucy in The Sky With Diamonds e Let It Be.
E me olha fazendo careta quando toca funk em algum lugar.

'Brigada, Luísa.


(Em breve, mais um testemunho. É que eu tenho duas irmãs).

terça-feira, 21 de março de 2006

el dia que me quieras

venci minha desconfiança e, pela primeira vez, fiz uma compra online!
óbvio que morri de medo na hora que tava digitando os números do meu cartão de crédito na página do submarino, mas lembrando da felicidade do meu pai, quando viu o cd duplo do Carlos Gardel por apenas 23,90, eu me enchi de coragem e resolvi fazer esse agrado.

o cd acabou de chegar mas meu pai tá viajando.
já ouvi inteiro e é lindo, lindo.
não vejo a hora de mostrar pro pai, mesmo sabendo exatamente o que ele vai fazer: pula pra faixa 2 e cantar "por una cabeza" junto com o Carlitos.
e depois, vai fingir que é um exímio dançarino de tango e vai arriscar uns passos, no meio da sala.

o mercado livre que me aguarde.

do not disturb.

daí se a gente tá meio alterada emocionalmente num dia, as pessoas logo estranham e ou fazem piadinhas bestas.
porque eu sou até bem equilibrada e não tenho grandes problemas de comportamento (ainda bem), daí é estranho mesmo quando eu fico um pouco....séria.

muitas vezes, eu fico assim porque eu sofro demais com uma coisa que se chama intuição. eu tenho ela tão, mas tão aguçada, que na grande maioria das vezes, eu fico alterada sem saber bem o motivo. é uma sensação de "putz. aconteceu alguma coisa que vai me deixar ou me deixaria triste", o famoso "deu merda".
podem me chamar de louca. i don't care.
quem já presenciou meus momentos intuitivos, sabe do que eu tou falando.

mas o interessante quando isso acontece é que a gente nota algumas coisas fundamentais:
-algumas pessoas te tiram pra "nervosinha", demonstrando total falta de tato, de respeito e de sensibilidade.
-outras pessoas perguntam se "tu tá na TPM", sendo que eu nunca na vida sofri com essas alterações exclusivamente femininas e acho um absurdo quando mulheres se utilizam desse artifício pra justificar toda e qualquer atitude (inclusive homicídios, em alguns países).
-tu percebe que a maioria não tá nem aí e sequer pensa duas vezes antes de mudar de assunto ou te deixar falando sozinha e tu acaba chorando de raiva (no meu caso).
-por fim, tu te dá conta que a maioria das pessoas não sabe lidar com a gente quando estamos um pouquinho mais alteradas do que o normal. então, vou dar a dica de como funciona comigo: trocar palavras por um beijo, um abraço, um sorriso, um colo ou, no mínimo, por silêncio.

porque eu não tenho mais idade pra passar por cima do que eu sinto pra agradar alguém.

sábado, 18 de março de 2006

sexta-feira, 17 de março de 2006

Diálogo muito inteligente

entre a faxineira do meu prédio (que tá sempre mal-humorada) e dois piás que brincavam no saguão, de mochila nas costas, enquanto esperavam o transporte escolar:

- Vou dizer uma coisa pra vocês: larga desse negócio de estudar e vão jogar bola.

os piás se olharam...silêncio. Ela continuou:

-Verdade. Só quem se dá bem nesse país é jogador de futebol e político. E pra ser qualquer um desses dois, nem precisa saber das coisas que o colégio ensina. Agora, se não estudar e ainda tiver o azar de nascer pobre, como eu, vai morrer fazendo faxina. Isso, se conseguir um emprego.

E eu ali, esperando o elevador e lamentando profundamente que eu não tenha nascido rica, nem com habilidades futebolísticas nem com o mau caratismo indispensável pra outra sugestão da mulher.

Tenho mais é que me ralar nas aulas de Alemão mesmo.

quinta-feira, 16 de março de 2006

Chá de Viagem

Tem chá de panela, quando a mulher casa.
Tem chá de fralda, quando ficam grávidas.

Por que diabos não pode ter um chá de viagem, quando a gente viaja??

Po, viagem é um gasto enorme, nos últimos meses a gente vive numa contenção de gastos absurda e até a passagem de ônibus é calculada minuciosamente. Nem uma casquinha do méqui a gente pode comer sem culpa.
Não é fácil. As pessoas aqui em casa já emagreceram uns 10kg cada uma, menos a menorzinha que ganha merenda no colégio. Estamos sobrevivendo graças à colaboração dos vizinhos e do zelador do prédio, que todo mês nos dá uma cesta básica.
Mas tudo vai melhorar quando eu for embora de vez e começar a ganhar MUITA grana em Euro, lógico. Daí eu vou mandar 1/3 pra minha família, farei uma poupança e um plano de previdência com o outro 1/3 e com o resto eu me mantenho por lá. Então, quando eu voltar, estarei rica e vou construir a minha casa, com pátio, piscina, churrasqueira, playground, minizoo, jardim zen, academia, quadra de tênis, campo de golfe e um méqui só pra mim.

Mas...enquanto tudo isso não acontece, eu conto com a ajuda de vocês!
Eu podia estar nas ruas, fumando crack, cheirando cola, roubando e matando, mas estou aqui, educadamente pedindo qualquer colaboração: vale transporte, ticket refeição, notas de 10, 20, 50 e vou deixar uma listinha de coisas que eu preciso, caso alguém se sensibilize.


- kit de maquiagem (pode ser da Natura mesmo)
- kit de unhas (com alicate)
- pijama de verão
- sandália salto anabela, não muito alta, preta ou marrom
- calça jeans (pode ser da Ellus, tam. 38)
- Guia de Viagem "Langenscheidt", em Alemão, óbvio
- chinelos havaianas (pq. eu odeio quem fala "sandálias havaianas"), cores diversas, nºs variados porque é pra revender mesmo.
- All Star Preto, cano curto nº 37 (pq. o meu laranja tá detonado) - dica: na Voluntários é bem barato.
- Mochila de viagem, daquela marca Trilhas e Rumos (www.trilhaserumos.com.br)
- Bandeiras do Brasil, do RS e do Grêmio
- Câmera digital compacta com zoom óptico e digital, com resolução não inferior a 4.1 MP.

Acho que era isso!
Agradeço a colaboração!
Quem colaborar, ganha um banho de piscina na minha casa, quando eu construir.

Cor-de-Rosa

Tá, template novo e tal.

Tava na hora de mudar. Gostei desse rosinha.
Mas assim, se eu soubesse que mudar o template envolveria tanta gente (pq. eu não sei fazer essas coisas de HTML, HSFDY, JSGDDV), não tinha começado a essa hora.

Então tá né.
Vai ter gente que vai gostar, outros não. Mas azar. Agora vai ficar assim por um tempo, só pelo trabalhão.

Agradecimentos especiais ao Rodrigo e ao Guto. Sem eles, eu não teria conseguido chegar até aqui. :D

Ah, depois eu converso com o Tialerson, pq. eu fui tosca e não sei o que eu fiz que apagou o nome dele como colaborador. Hehehehehe...

quarta-feira, 15 de março de 2006

Dicionário

Eu li em algum lugar a frase "...viver pinicando a pele", e resolvi procurar o significado exato da palavra "pinicar" no dicionário (sim, dicionário é um vício).

-Mas eu sou tão desatenta que, muitas vezes, me pego procurando uma palavra em português, no dicionário de inglês e vice-versa.

Mas hoje foi curioso: abri o dicionário procurando "pinicar" e, quando eu vi, tava lendo o significado de "viver"...

airplanes and airports

tickets in her hand
she said there's no turning back
to get feet out of this land
a dream she always had

never asked no one about
how they got the news
a thought that flashed her mind
no longer these cheap thrills

wondering of other skies
leave all the ghosts behind
new air to open wings
gain height, climb, and fly

and airplanes and airports
she'll be flying soon

I had no option, I had no choice
I had no word, I had no voice
not even the right to speak about
she's not going to turn around

no option, no choice, no word, no voice
-
I get speechless everytime you ask me
do I feel happy with your dream come true
it's a fight between my selfish one
and the I that loves you
***
Foi o melhor presente pré viagem que eu recebi até hoje.
O melhor, e o pior ao mesmo tempo.
Bom pela intenção, pela intensidade, pelas revelações, pela surpresa, pela verdade.
Ruim pelo tom de despedida.
Daí eu vejo tudo escorrer pelos meus dedos...
E cresce um imenso e incômodo ponto de interrogação acima da minha cabeça: não tenho controle sobre a minha própria vida. Mas, quem tem?

segunda-feira, 13 de março de 2006

Beep Beep!

Todo mundo lembra daquele desenho do Papaléguas e do Coiote, né?
O foco central da história era sempre o mesmo: O Coiote vivia querendo acabar com o Papaléguas.
Pra isso, utilizava as mais bizarras armadilhas da ACME pra pegar o bicho, mas sempre davam errado, porque o papaléguas era bem mais esperto e desviava de todas com uma astúcia incrível.

O coitado do Coiote passou dias, meses, anos envolvido com a vida do Papaléguas que acabou esquecendo que tinha a sua própria. Enquanto isso, o Papaléguas, às vezes, aparecia como mero coadjuvante no desenho, passava correndo sempre, pelo simples fato de que ele tinha tanta coisa com o que se preocupar na sua vida (a vida do papaléguas era extremamente movimentada, sabiam?), que o Coiote acabou virando sua diversão.

Tá, a historinha pode ter várias lições no final, mas a mais simples e a que eu mais gosto tá representada nessa cena que ilustra esse post: o papaléguas sempre sabia a hora certa de parar. ;)



domingo, 12 de março de 2006

(sem título)

Andava enxergando tudo meio embaçado. Esfregava os olhos mas não adiantava. Pareciam pequenos arranhões, distorcendo as imagens e dificultando a visão - são meus olhos ou meus óculos?
Queria enxergar as coisas mais longes e não conseguia... Estava presa no presente.
Por vezes, lacrimejava e desistia. Fechava os olhos e viajava cega nos seus pensamentos nítidos.

Andava preocupada - até quando os arranhões vão atrapalhar o meu futuro?
Tropeçava, perdia ônibus, não enxergava mais os conhecidos com quem cruzava na rua.
Estava ficando cada vez mais atormentada, mais cega, mais distante dos sonhos.

Até que um dia, mexendo naquela gaveta das coisas esquecidas, achou os óculos antigos. Simples, com lentes intactas, límpidas e leves. Aproximou-o dos olhos e, como num passe de mágica a vida ficou mais transparente e colorida. E o futuro lhe sorriu o sorriso mais lindo do mundo.

sexta-feira, 10 de março de 2006

do verão de 2003

"as tardes na praia são frias, mas lindas. nós sentamos imóveis, falando pouco.

só deus sabe como viemos parar aqui.

eu lhe disse tudo que posso dizer. ela pensa que estou ocultando algo. não estou. só não sei muito.
nós furtamos olhares ocasionais um ao outro, sorrisos rápido e fugazes. estamos constrangidos agora. chegamos perto demais, falamos muito abertamente.

temos de recuar...deixar as coisas seguirem seu próprio ritmo.

eu tento não pensar a respeito do que aconteceu ou vai acontecer conosco.

tento ser uma parte do cenário, tão tranquilo quanto o mar ou o céu..."

ovo

ela, irritada: "eu tou sempre tendo que me fazer clara!"
ele, irritando: "mas eu prefiro que tu gema."

quinta-feira, 9 de março de 2006

início

quando viu, mal sabia que seria o início.
e olhar nos olhos dele era como submergir num mar agitado e sedento - por respostas, incansável.
aí, já estava sorrindo novamente das idéias insanas que brotavam de um jeito assustadoramente natural daquela mente fértil.
já estava concordando com as teorias absurdas dele que projetavam-na pra um outro mundo, em segundos.
ele tinha a capacidade de abduzi-la da realidade e, sem saber, alimentava suas idéias mais loucas.
tinha o poder de fazê-la flutuar com um sorriso.
e aí, ela só sentia-se à vontade quando olhava novamente aqueles olhos caídos e cansados que, por vezes, escondiam-se atrás de lentes numa tentativa de enxergar o mundo um pouco menos distorcido pela sua própria cabeça.
contava os dias, pra poder admirá-lo outra vez durante horas, dormindo displicente.
fechava os olhos só pra ficar mais fácil de imaginar o toque das mãos dele pelo seu corpo.
ele era a exceção de todas as suas regras e a mais deliciosa das transgressões.

quando viu, estava nessa de sonhar acordada com o dia em que pudesse realmente absorver, devorar, concordar, discordar, descobrir e mergulhar naquela interminável atmosfera de tantas coisas que lhe interessavam como se lhe pertencessem.

Enlouquecida, quis correr para longe... mas quando viu, era tarde demais.

Vale por mil palavras.


Eu adoro essa foto.

Design by Bernardo "Scooby" Richetti

terça-feira, 7 de março de 2006

sobre o dia 08 de março

eu não tenho nenhum problema em andar de ônibus, mas podendo, eu cato caronas.
eu mudo meus horários se for pra ir de carro. pelo simples fato de ser mais rápido e mais confortável.

hoje eu tava voltando da clínica e liguei pra saber onde meu pai estava:
-oi pai, onde tu tá?
-aqui na depaschoal, fazendo balanceamento no carro.
-tá, tou indo aí te encontrar pra pegar uma carona pra casa.
-tá. te espero aqui.

chegando lá, esperei uns 10 minutos até o cara acabar.
daí chega o mecânico com a notícia:
-o pneu traseiro tá com defeito, acho melhor o senhor trocar.
-defeito?! mas eu troquei não faz 2 meses!
daí meu pai foi lá olhar e realmente tava com defeito.
como meu pai não é do tipo que deixa coisas pra depois (ainda mais em se tratando do carro), lá fomos nós na loja onde ele havia trocado os pneus.
eu, como tava de carona, tive que ir junto.

um lugar feio, sujo e cheio de homens suados e engraxados.
e eu lá, de tamanquinho, e bolsinha no ombro, me sentindo um ET naquele cenário, vendo eles falarem sobre coisas que eu não fazia a menor idéia que existiam.
ficamos, meu pai e eu, em pé ali do lado dos caras enquanto eles arrumavam o troço.
vendo que não tinha muita saída, resolvi aprender o máximo de coisas possíveis sobre carros.
prestei atenção nas peças que iam aparecendo e descobri que na roda, existe um negócio, chamado PRISIONEIRO, onde é afixado o pneu, dentre outras coisas.
e o meu pai me explicando tudo, didaticamente, com a paciência de sempre.
eu sabia coisas básicas, por ser curiosa (eu adoro ler manuais de coisas), questionadora (eu pergunto TUDO, sempre) e metida (metida mesmo), e por ter medo de que um dia eu tenha que ir sozinha a uma oficina e os caras tentem me engambelar, pq. eu sou mulher.
mas hoje fiz uma espécie de especialização intensiva.

eu troco lâmpadas, resistência de chuveiros, instalo antenas de tv (UHF, inclusive), conserto tomadas, faço extensões, sempre comprei cabos pro videocassete, faço as instalações de TV/DVD/SOM/COMPUTADOR, sem perguntar pra ninguém. e mato baratas sem o menor problema.
essa é a minha porção masculina, que funciona muito bem.

eu faço quase tudo aquilo cuja responsabilidade é (culturamente) masculina. mas...E DAÍ?
só faço tudo isso pq. o meu pai passa a semana viajando, e alguém tinha que aprender.

o meu lado feminino é TÃO superior, que quando eu casar, podem ter certeza de que o meu marido vai ter uma MULHER de verdade em casa - e não essas coisas esquisitas que têm por aí hoje em dia.
SIM, vou ser do tipo que trabalha fora, cozinha, lava, passa, cuida dos piás e ainda lembra de molhar as violetas. vou lembrar de ter sempre cerveja gelada- SIM, vou agradar o meu marido.

e tudo isso não me faz menos inteligente ou menos independente.
pq. também é com sutileza, carinho e parceria que conquistamos os homens - e o nosso espaço.

chega desse feminismo falso que tá acabando com a sensualidade e a graça natural das mulheres. eu não luto e não quero igualdade.
eu brigo por RESPEITO. mas isso só vai acontecer de verdade, quando as próprias mulheres aprenderem a se respeitar e a se reconhecerem como MULHERES (em caps lock).

e que se dane o dia internacional da mulher.

domingo, 5 de março de 2006

Passa, tempo!

Amanhã é segunda e, teoricamente, todo mundo que tirou férias (ou pelo menos alguns dias depois do carnaval) está voltando ao trabalho e retomando sua rotina normal, sem maiores problemas.
Menos eu.

Eu tou seriamente angustiada, ansiosa, agitada e aflita. Eu tou demorando pra me dar conta que 2 meses e meio é bastante tempo e que eu não posso ignorar esses dias e querer pular pro dia da minha viagem, como se nada mais na minha vida fosse importante.

Eu tenho pacientes me esperando. Tenho um monte de coisas pra organizar e tenho que levar esses meses normalmente. Mas tá difícil.

Talvez poucas pessoas saibam realmente o quanto essa viagem significa pra mim. É como se tu imaginasse uma coisa durante anos e, de repente, essa coisa magicamente começa a aparecer no horizonte. E vai ficando cada vez mais perto...uma chance imperdível e inadiável de realizar um dos meus grandes sonhos.

Eu já encomendei camisas da seleção, bandanas com a bandeira do brasil e outros cacarecos verde-amarelos pra uma tia que vai pra São Paulo no fim do mês (ela vai comprar na 25 de março, lógico) pra vender lá em Munique (não esqueçam que eu serei agraciada pela Copa do Mundo durante o tempo que ficarei lá). E agora, estou treinando as palavras "cerveja, refri e água bem gelados!" em alemão, pra vender na porta do estádio nos dias de jogos. (Hm. Talvez eu troque "cerveja" por "caipirinha", pq. na terra da Oktoberfest, cerveja é uma coisa comum demais).
No dia 18 de junho, (Brasil x Austrália) estejam atentos pq. o jogo é em Munique e eu farei de tudo pra tentar aparecer na TV e mandar um beijo pro meu pai, pra minha mãe e pra "toda gurizada de porto alegre ÊEêEÊêEêêÊEêê!". Tá, se der, eu xingo o Galvão Bueno também.

O mais legal de tudo até agora, é que eu já garanti 6 dias na Itália, com passagem por Veneza e Roma garantidas.
Próxima meta: visita rápida ao Frankreich, com uma passadinha estratégica em Bordeaux, só por birra.

Assim que a gaiola for aberta, duvido alguém conseguir me pegar de volta. Há!

sexta-feira, 3 de março de 2006

"Amar é como entregar uma arma para a outra pessoa e dizer:
- toma. Agora só tu pode me machucar".

quinta-feira, 2 de março de 2006

Navio

Quando passa um navio no rio guaíba, as TVs aqui de casa saem de sintonia, os fantasmas tomam conta da imagem e depois o chuvisqueiro domina: "chhhhhhhhhhhhhhhhhh"
O som fica distorcido, a imagem some e só reaparece quando o navio vai embora.

Eu também queria poder justificar os meus dias fora de sintonia- em que os fantasmas tomam conta e o som fica distorcido- dizendo que é só um navio passando. Um naviozão carregado de contêineres cheios de mau humor, que vai causando interferência por aí.