terça-feira, 31 de janeiro de 2006

Cross Country Ski

Nada contra as Olimpíadas de Inverno (que esse ano será em Turim, na Itália), mas que tem cada modalidade mais engraçada, tem.
Hoje, durante o almoço, assisti a uma matéria no Globo Esporte sobre um dos atletas que fará parte da delegação do Brasil (sim, o povo do País Tropical tá em todas...). O cara é gaúcho (mas parece que não mora aqui), funcionário público e vai competir na modalidade cross country ski.
Esse negócio, pelo que eu entendi, é mais ou menos como ter que caminhar por um percurso pré determinado, com os skis e com as bengalinhas aquelas, pra ajudar. Ganha quem chegar primeiro, lógico. Não, não é esquiar, é CAMINHAR mesmo. O mais engraçado é que o cara treina na praça central da cidade dele e, sob o sol escaldante de janeiro, veste todo o aparato e sai caminhando pelo meio das árvores, com os skis e as bengalinhas como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Mas tem umas modalidades legais, tipo as patinações (artística e a de velocidade) e as MELHORES:

Bobsled - Sim, aquele que aparece no filme "Jamaica abaixo de zero", do foguetinho que anda tri rápido e vai uma galera curtindo lá dentro e ficam andando na pista de gelo. Queria ter um pra descer as paredes ali do Centro Administrativo, mas o trenó custa em torno de 80 mil reais.




Skeleton - É tipo um carrinho de lomba, mas a gente anda deitado, de barriga pra baixo. Deve ser trimassa de andar. Esse é mais barato, uns R$ 10 mil, até daria pra comprar se eu fosse rica. Daí certo que ia descer a Lucas de Oliveira ou a Mostardeiro- quem vem da Independência ali antes de chegar na Goethe.



Luge - Esse é quase a mesma coisa que o Skeleton, mas tu anda no trenó deitado de barriga pra cima. Deve ser bem mais difícil de andar e eu, por exemplo, andaria sentada, que nem o skibunda que eu andei em Bariloche e tinha que colocar a mão na neve pra fazer as curvas...super divertidíssimo!




Eu e o Thiago estávamos até inventando outras modalidades pras olimpíadas de inverno, tipo o "Snowman Race": ganha quem montar o boneco de neve em menos tempo. Mas tem que ter nariz, olhos e boca. E cachecol.

Enfim...em vez de ficar rindo das modalidades, a gente tem que torcer pro nosso pessoal que vai lá competir, mesmo sendo praticamente impossível tirar a soberania dos atletas da Finlândia, por exemplo, que convivem com a neve durante boa parte do ano. Mas tá, deixa...vale pela diversão!

Ai, ai...falar em neve meio que dá uma refrescada até, né?

domingo, 29 de janeiro de 2006

burocracia

tu protocolas
ele protocola
eu, pro teu colo

sexta-feira, 27 de janeiro de 2006

quinta-feira, 26 de janeiro de 2006

CUECA DE TELINHA

- Como assim cueca de telinha??? Não, não sei como é... Me explica!! Tá, mas a telinha é na frente ou atrás???

Entre sorrisos e olhar espantado ela tentava entender aquela surpresa bizarra que a aguardaria em casa.
O namorado, depois de 8 anos de namoro meio morno, resolvera radicalizar...talvez quisesse apimentar as noites de amor...ele ficou por uns bons minutos tentando explicar como era a cueca nova.
Ela desligou o telefone e virou-se para mim, pasma...como se me pedisse socorro para ajudar a entender o que era isso, agora.

- Não sei...sinceramente, nunca imaginei como é uma cueca de telinha...ainda se fosse calcinha vá lá....mas cueca?? Putz...
A única coisa que conseguia pensar era em algo do tipo Village People. Cuecas de couro, chicotes, por que não cueca de telinha?
Fiquei tentando imaginar aquela cena: ela chega em casa, exausta, e lá está ele...de banho tomado, corpo lambuzado de óleo de amêndoas, quarto à meia luz e o Lenny Kravitz tocando baixinho...(sim, porque eu acho que cueca de telinha deve ter tudo a ver com o Lenny)...ele está deitado na cama, tomando whisky, incensos e velas completam o clima...ela chega na porta e se depara com aquilo tudo...
- Ah, não.....com cueca de telinha não dá!

Acordo do meu devaneio...é dia dos namorados no outro dia....brinco com minha amiga, dizendo que, enfim ela vai conhecer a famosa cueca...
- Depois me conta com detalhes! Quero saber sobre a telinha!

Ela ri. De nervosa, eu acho....eu, pelo menos, ficaria nervosa se eu soubesse que teria alguém me esperando com uma cueca de telinha na minha cama.....medo. Muito medo.

No outro dia, ela chega. Poucas palavras. Não consigo distinguir se a falta de conversa é fruto de um mau-humor, ou de um cansaço extremo, afinal, a noite anterior deveria ter sido, no mínimo, exótica!
- Brigamos.
- Como assim?? Brigaram justamente no dia dos namorados??? Na noite da cueca de telinha???
- É. Brigamos.
- Não acredito!!! Mas, tu viu a cueca, pelo menos?
- Claro que não! Nem saí do carro.
- Não acredito! - Decepção total.

Acho que eu estava mais curiosa do que ela. Ela, nem aí. Eu, lamentava profundamente a briga.
Ela recuperou o bom humor em poucos minutos de conversa...acabamos brincando sobre toda aquela situação.
A aula acabou antes do previsto.

- Quer carona? Ele vem me buscar...podemos te deixar na metade do caminho!
Aceitei sem pensar duas vezes...afinal, estava exausta e seria ótimo conseguir chegar um pouco mais cedo em casa.
De repente, me dei conta: ELE, o dono da cueca de telinha me daria uma carona...Entrei no carro, sorrindo, imaginando se ele estaria ou não com a cueca bizarra...gargalhava baixinho...meu superego estava tendo um trabalhão para conter meu id.

Era inacreditável...por trás daquela cara sisuda, séria e formal, havia um outro homem...um homem querendo se libertar...e deixar suas fantasias fluírem...coisa rara...eu ria silenciosamente...(talvez eu também estivesse nervosa)
Agradeci a carona e saí do carro sorrindo...torcendo para que eles fizessem as pazes, afinal, eu não posso ficar sem saber como é uma cueca de telinha.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2006

abre parêntese

Há MUITO tempo eu não dormia/acordava tão bem.

fecha parêntese.

Baltimore Paradiso

Não lembro com detalhes, mas tenho alguns flashes muito nítidos na memória sobre a minha primeira ida ao cinema.
Eu deveria ter uns 7 anos...lembro que o filme era “Uma Cilada para Roger Rabbit” e o cinema, era o –infelizmente- extinto Baltimore. Mais precisamente Baltimore 3. Fui com meu pai e minha tia. Consigo lembrar direitinho de algumas coisas do tipo: meu pai estacionando o carro ali na Osvaldo Aranha, o vestido ultramente sexy da Jéssica Rabbit , que eu achava linda e na época, queria ter aquele cabelo por cima do olho e uma piteira charmosa como a dela...(depois daí, eu passaria a confeccionar piteiras de folhas de caderno).
Devia ser Sábado ou Domingo...eu estava muitíssimo feliz, louca pra contar a novidade pras minhas amigas...fiquei maravilhada com o cinema! Não pelo filme, nem pelo Baltimore em si...mas eu acabara de descobrir uma coisa linda e deliciosa que se tornaria, mais tarde, uma das minhas grandes paixões.
Depois desse dia, queria sempre ir ao cinema...daí, então, o Batman (com o Michael Keaton) acabou sendo meu segundo filme, no mesmo Baltimore, com meu mesmo pai que agora não era meu único “super-herói”: o Batman é lindo, sabe fazer tudo, tem um carrão e uma máscara legal! Agora, eu sonhava ser a “Mulher-Gato”.
Pensando bem, meu Super-Pai será sempre meu único herói. Mesmo que ele não tenha um Batmóvel nem uma máscara legal...mas ele sempre consertou meus brinquedos quebrados, me ensinou a música da “Barata diz que tem”, cantava “Gatinha Manhosa” e, o melhor: foi o primeiro homem a me pegar pela mão e me levar ao cinema.

terça-feira, 24 de janeiro de 2006

Brega, sim!

Tem umas músicas que me fazem sentir tri brega quando escuto.
Hoje eu tava meio deprê ouvindo a Continental no meu walkman enquanto ia pro trabalho (sim, pq. a Continental é a rádio que mais toca músicas -bregas- que eu sei cantar e, por muitas vezes eu escolho ela pra me acompanhar no T1) e as minhas duas músicas bregas favoritas tocaram!
Primeiro Dona, do Roupa Nova.
Depois, Deslizes, do Fagner.

E tem mais: eu sempre canto elas quando me deparo com um videokê.
Porque brega MESMO é usar mullets e camisa de viscose pra dentro da calça semi-bag.
Acho que sou só eu que ouço a Continental. E alguns pacientes de salas de espera, por aí.

Fiquem com o Fagner pq. é a música do momento.
Leiam a letra com atenção...é de uma preciosidade única. Sério.

Fagner - Deslizes

Não sei por que
Insisto tanto em te querer
Se você sempre faz de mim o que bem quer
Se ao teu lado sei tão pouco de você
É pelos outros que eu sei quem você é
Eu sei de tudo com quem andas
Aonde vais
Mas eu desfaço o meu ciúme
Mesmo assim
Pois aprendi que o meu silêncio vale mais
E desse jeito eu vou trazer você pra mim
E como prêmio eu recebo o teu abraço
Subornando o meu desejo tão antigo
E fecho os olhos para todos
Os teus passos
Me enganando só assim somos amigos
Por quantas vezes me dá raiva de querer
Em concordar com tudo o que você me faz
Já fiz de tudo pra tentar te esquecer
Falta coragem para dizer que nunca mais
Nós somos cúmplices, nós dois
Somos culpados
No mesmo instante em que teu corpo
Toca o meu
Já não existe nem o certo nem errado
Só o amor que por encanto aconteceu
E é só assim que eu perdôo os teus deslizes
E é assim o nosso jeito de viver
Em outros braços tu resolves tuas crises
Em outras bocas não consigo te esquecer


Ui, chego a me arrepiar...

segunda-feira, 23 de janeiro de 2006

intuição é foda.

eu não poderia estar indo embora em um momento tão perfeitamente conveniente.
é só o que me consola.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2006

Frágil e incompreendida

As minhas férias começam quando a minha família viaja pra praia. Adoro e preciso ficar sozinha por umas semanas.
Daí eu fico aqui trabalhando, enquanto minha mãe e minhas irmãs douram a pele ao sol de Arroio do Sal. Meu pai também fica trabalhando, coitado, pq. alguém tem que sustentar essa mordomia toda.

Essa semana eu fiquei pseudo-sozinha, pq. a minha irmã ficou junto e tal. Mas ela ficou mais tempo na casa do namorado do que na própria casa.

Ontem eu estava sozinha de noite. Fiz uma jantinha delícia e fui tomar banho, pra ver um dvd logo depois.

Eis que o drama acontece: cheguei na área de serviço pra pegar a toalha e me deparei com um MONSTRO do tamanho do meu dedo mínimo: Aham! Uma lagartixa asquerosa no teto. (Quem me conhece sabe que eu tenho pânico de lagartixas).
Eu berrei (impulso) e logo senti as pernas amolecerem...(eu fico meio paralisada e tal, o que me impede de fugir nesses momentos).
Mas eu tentei respirar fundo e manter a calma, só que pra piorar a situação que tava quase sob controle, sinto algo caindo na minha cabeça...olho pra cima e...UFA...a bicha tá ali, porém....SEM O RABO!
Quando juntei os fatos e me dei conta que o que tinha caído na minha cabeça era o RABO, eu me joguei no chão como se tivesse tendo um ataque epilético e não tinha coragem de tocar nos cabelos. Eu me debatia e sacodia a cabeça como um metaleiro em êxtase e vi o troço cair no meio da cozinha.
Nesse momento, eu chorava copiosamente, me sentindo frágil, desprotegida e abandonada.

Fiquei ali, sentada no chão por uns minutos até conseguir me levantar pra tomar uma água e me acalmar.
Me recompus como deu e, corajosamente, voltei pra pegar a toalha que tinha ficado pendurada. O rabo da medonha ficou na cozinha e eu fui tomar meu banho. Depois, varri aquele coisa nojenta e joguei no lixo.
Fiquei durante uma hora, mais ou menos, em estado de choque deitada na cama e sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto sem que eu fizesse força.

Não é frescura.
É pânico, mas ninguém me entende.
Foi horrível.

terça-feira, 17 de janeiro de 2006

Guloseimas

E ficou tanto tempo com o mesmo chiclete na boca que um dia se deu conta que alguma coisa estava incomodando, mas não podia saber o que era.
O chiclete ficava sem gosto, duro, mas continuava lá...mergulhado na saliva, sendo jogado de um lado pra outro, sendo mascado por todos os dentes (os da frente, inclusive).
Havia adquirido uma técnica tão avançada de manter chicletes sem gosto na boca, que nem se dava conta. O hálito sempre fresquinho dava uma sensação de aparente conforto. Mas toda a situação cansava a mandíbula de uma maneira tal, que chegava a doer a articulação. E doía. Mas o vício permanecia ali. A mania, o comodismo. Desulivre jogar o chiclete fora. E cada vez que fazia isso, era um drama.
E sempre prometia: "tá, agora não quero mais mascar chiclete". Mas a promessa não durava 2 dias. Não conseguia mais viver sem chiclete, era impressionante.
Ninguém mais acreditava que ela fosse deixar de mascar, nem mesmo quando ela jurava, com raiva e gemendo de dor naquela articulação ali, perto da orelha.
Ela mascava sem fazer barulho. Sem estalar a língua. Tinha aprendido a ser tão discreta que poucos desconfiavam que ela tinha um chiclete na boca.

Até que um belo dia, ela descobriu o pirulito em forma de coração.
E gostou tanto, mas tanto, que cuspiu o chiclete fora sem o menor problema.
Só que daí, passou a andar com aquele palitinho plástico branco pra fora da boca. Era menos discreto, verdade. Mas ela gostava tanto do pirulito que não via motivos pra esconder...e até fazia questão de andar com aquele adorno pra fora da boca. Bem faceira.

domingo, 15 de janeiro de 2006

percursos

Todo mundo pensa em alguma coisa antes de dormir.
Tem gente que pensa superficialmente:
"será que eu apaguei a luz do banheiro?"
"onde eu deixei o celular?"
"amanhã eu tenho consulta às 8"

Tem gente que pensa um pouco mais além:
"essa semana vai ser um saco"
"final de semana eu vou pra praia, ainda bem"
"dia 27 tenho uma formatura..."

Tem gente que pensa tanto que demora pra dormir.
Tem gente que dorme antes mesmo de começar a pensar.
E tem gente que não pensa e nem sonha.

Atualmente, eu tenho pensado numa única coisa antes de dormir...acho que é cedo pra pensar na minha viagem, mas é que as coisas estão ficando cada vez mais concretas e eu sou uma pessoa regida pelo elemento AR, do tipo que tem um certo medo de tudo que é concreto.
Não. Não é bem medo. Nem tou querendo desistir, nem nada do tipo.
Só tou pensando em "como será que vai ser?". Daí vem aquele friozinho na barriga e eu penso que já estou estudando alemão, já tenho as passagens e tudo vai dar certo.

Hoje eu recebi um convite (lindo) de formatura. E, sem querer, abro justamente na página onde está escrita a seguinte frase (do Charles Kiefer), em letras garrafais: "LONGE É VIAJAR SOZINHO."

Taí. Resumiu em 3 palavras e 1 letra toda a minha preocupação atual:
não é que Munique seja longe. É que eu vou sozinha...

...suspiro...

sexta-feira, 13 de janeiro de 2006

ele pode tudo

Uma vez eu disse que existem pessoas que me arrepiam.
O Elton John é, sem dúvida, uma delas. Figura sempre polêmica, glam e gay, apaixonado e agora casadíssimo, ele é do tipo que tem crédito infinito pra dar qualquer escândalo, tamanha sua contribuição musical para a música pop.
Outro dia tava assistindo um dvd que o meu pai comprou, de um show dele no Madison Square Garden. Inacreditável.
O cara tem um piano fenomenal que até os desprovidos de talento musical (eu, por exemplo) têm vontade de arriscar algumas notas. (Num piano tão lindo, até quem não sabe tocar tira um baita som). Além disso, ele tem uma banda descomunal. Os caras tão longe de serem celebridades, o que é muito injusto (ou não).

Eu fico eufórica quando vejo pessoas tocando instrumentos sem olhar pra eles e ainda cantam...sem contar que, por muitas vezes, o Elton ainda fecha os olhos ou olha ternamente para o público! É emocionante.

O dvd tem 32 faixas e todas são excelentes, o que não é surpreendente em se tratando do Sir Elton.

Devo destacar Goodbye Yellow Brick Road (com participação do Billy Joel), Tiny Dancer (sempre), Rocket Man, Can You Feel Tha Love Tonight, um cover espetacular de Come Together e a deliciosa Crocodile Rock.

Eu empresto, se alguém quiser. Mas tudo tem um preço, lógico.

Ouçam e sejam mais felizes.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2006

Coisas que só acontecem com meu pai

Quem conhece o meu pai sabe que ele é uma grande figura (o rodrigo que o diga!)
Mas só quem conhece MESMO sabe do que ele é capaz.

(Qualquer dia desses eu conto a história do alarme, que aconteceu pouco tempo antes dessa história que eu vou contar agora)

Sábado, umas 2 da tarde, calorão, todo mundo na casa da minha vó (que tem piscina e tal), só faltava meu pai pro churrasco ser servido. Ele chegou, estacionou o carro e eu e minha mãe fomos recebê-lo.
Entramos em casa, e em seguida eu ouço o alarme do carro.
Olhei pela janela e...CADÊ O CARRO???

-Paaaaaai, roubaram o carro!!!! Ahhhhhhhhhh, tão roubando nosso carro!!!!

Saio correndo portão afora, de saia e havaianas, num estilo muito MACHA, correndo loucamente, atrás do carro que andava relativamente devagar.
Minha tia (segundo depoimentos) entrou em casa e ligou pro 190, desesperada.
Minha mãe e mais umas pessoas gritavam pra mim:

-Guria, volta aqui!!!! Vai tomar um tiro!!!

O guarda da rua apitava freneticamente.

Daí, o carro sobe na calçada do lado contrário (ele atravessou a pista) e pára.
Eu chego na maior, de peito aberto, sem sequer pensar que podia ter alguém armado ali dentro.
O pneu tava rasgado, pára-choques quebrado, roda detonada.
Meio manco, chega o meu pai de mansinho ("manco" pq. ele tem um tendão de aquiles rompido numa perna e a outra ele distendeu o músculo do joelho há uns 2 meses):

-Bah! Esqueci de puxar o freio de mão.

Eu olho pra trás, e TODA a vizinhança está mobilizada em achar o MELIANTE que tentou roubar o carro.
A gente troca o pneu meio que disfarçando, até todo mundo voltar às suas casas.

Daí vem o guarda, que a minha mãe não hesitou em chamar de "bocaberta" quando ele gritou que o carro tava andando sozinho:

-Eu disse que o carro andou sozinho! Nunca tinha vistou isso!

Resultado: 1 pneu inutilizado, pára-choques dianteiro trincado, rodas arranhadas e entortadas, nenhuma tentativa de roubo, um guarda que fez o seu papel, uma garota de havaianas TRI corajosa e minha mãe louca de vergonha: o "bocaberta" não era o guarda. Era meu pai.

A parte séria: A polícia não apareceu.

Em breve, mais histórias pra divertir os dias quentes.

domingo, 8 de janeiro de 2006

Ciúme: ON

Eu nunca fiz ceninha.
Nunca dei escândalo.

Mas talvez porque nunca tenha sido preciso. E por causa disso, eu sempre tentei me encaixar num perfil de "não sou ciumenta, imagina". Meu signo também sempre foi totalmente taxativo, com essas histórias de "geminianos são de todo mundo e não são de ninguém", "geminianos não sentem ciúmes", blablabla.

Só que eu agora resolvi assumir: eu sou uma mulher ciumenta.
Daquelas que chora de ciúme. Do tipo que "tem vontade de matar".
O ciúme explica e justifica muitos comportamentos estranhos.

Mas eu sou bem sociável. Continuarei sendo civilizada. E toda vez que eu sentir o "vulcão" surgindo no estômago e sentir o meu corpo sendo tomado pela IRA do ciúme, eu vou contar até dez, respirar, e resolver tudo em casa. Mas aí, é bom se preparar.
Eu sou pequena, mas não sou metade.

Eu tenho ciúme, sim. Mesmo quando não pode.

E cuidado com os comentários porque hoje eu tou azeda.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2006

Misunderstood

Quem me conhece sabe que, por ser de um signo regido pelo elemento AR, sou extremamente mutável. Nos mais diversos sentidos. Na música, inclusive.
Não que eu MUDE de gosto musical. Mas eu vou adicionando coisas dos mais variados estilos, com uma única condição: tem que ser bom, no mínimo.

Tem coisas que são básicas, como Beatles e Pink Floyd. Led Zeppelin e Jimi Hendrix também.
Eu já tive a fase Nirvana, Alanis Morissette, Red Hot e Pearl Jam, depois a fase tropicalista (quando eu era hippie), Janis Joplin, e a trilha sonora do Hair - o filme.
Mas desde 2003, eu ouço muita coisa que consideram INDIE (eu demorei pra entender esse "rótulo"): Belle&Sebastian, Flaming Lips, Pixies, Weezer, Kinks, Stereolab, Supergrass, Seterophonics, Air, Badly Drawn Boy, Ben Folds, The Dandy Warhols, Ben Kweller, Cake, Placebo e outras coisas do tipo.
Vieram Los Hermanos, Ludov, Moby e nada mudou muito.
Tive a fase Sean Lennon e comecei a sentir uma ponta de preconceito de algumas pessoas.
Voltei a ouvir The Police e conheci mais o Sting.
Ouvi The Cure, Bee Gees, Abba, Creedence, Pet Shop Boys, Madonna, Cindy Lauper, Michael Jackson, The Byrds, Cat Stevens, Minnie Ripperton, Tracy Bonham, Neil Young. (signo de AR, lembram?)
Depois, segui ouvindo Chico Buarque, Jorge Ben Jor, Astor Piazzolla (que era muito usado nas aulas de expressão corporal, no teatro) e fiquei meio chatona e metida, admito.
(Notem que uma coisa nunca tem muto a ver com a outra).
Por ter visto um show do Bob Dylan (por míseros $10,-), me puxei em ouvir mais coisas dele.
Lou Reed e David Bowie sempre estiveram presentes.
As músicas inocentes, singelas e queridas da Jovem Guarda também.
E, por fim, os sambas de raiz que (pasmem para o momento da confissão): me fazem ferver o sangue. Eu sou brasileira de verdade e adoro samba bem feito.

Eu devo muita coisa pra um monte de gente. Pessoas que foram definitivas na construção do meu gosto musical:
-meu pai, por causa dos beatles e das músicas da jovem guarda, principalmente (e pq. ele me criou cantando "gatinha manhosa") e pelos sambas de raiz.
-o meu primeiro namorado, por mais beatles, todo o pink floyd, led zeppelin, jimi hendrix , coisas do brasil (caetano, gil, chico e coisas tipo raul seixas, secos e molhados e mutantes).
-o Scooby, pelo arsenal indie e o magnífico Ben Folds Five
-o Thiago pela salada musical que ele fez em mim, só de coisas espetaculares, durante todo o tempo que a gente se conhece. Pq. ele é a pessoa que mais me conhece no quesito música, principalmente. Sempre acerta.
-o Guto pelas coisas freak e bizarras (tipo M.I.A.) e coisas trimassa que ele resgatou, tipo The Cure.
-minha ex-chefe e agora colega Ligia Motta, pela Lhasa de Sela, músicas portuguesas, Yo Yo Ma, e Adriana Deffenti.

Só que o maior preconceito musical que eu já sofri até hoje, no meu reduto social, foi quando eu falei que estava ouvindo (e gostando) uma banda chamada Dream Theater. quase fui expulsa do lugar, me negaram cerveja e ficaram me chamando de metaleira durante todo o tempo. Isso é preconceito e dá cadeia!
Gente, as músicas são excelentes! Ouçam, se é que vocês confiam no meu (bom) gosto musical. E vocês CONFIAM, que eu sei.
Eu sei que vão me xingar nos comments, mas eu tinha que compartilhar isso.
Tá certo que a pessoa que me apresentou DT, tentou me fazer gostar de Pain of Salvation, mas não rolou.

-por último: obrigada vinícius, por ter me feito escutar Dream Theater. E por ter provado que eu realmente gosto de tudo que é bom, independente do rótulo.

Se fodam os que me xingarem.
\m/

quarta-feira, 4 de janeiro de 2006



Os ingressos variam de 10 a 30 reais.
Não tem motivo pra não ver. Ou rever.
Me convidem! :D

segunda-feira, 2 de janeiro de 2006

retrospectiva

é clichê, mas é inevitável.
que atire a primeira pedra quem não faz nem que seja uma mini retrospectiva do ano que passou.

eu faço sempre.
normalmente no último dia do ano. Dessa vez, eu tava na praia.
Fiz minha retrospectiva sentada na areia, brincando com uma conchinha e olhando o mar. Eu sou apaixonada pelo mar. Mas apaixonada assim, como se ele fosse meu pai. é uma paixão misturada com respeito e profunda admiração. é amor de filha.

meu ano de 2005 foi definitivo. pra muitas coisas.
o começo foi espetacular, abandonei um monte de sentimentos inúteis que a gente vai guardando sem saber bem o motivo. já de cara, me senti leve.
conheci gente especial, dividi sorrisos, caretas e finais de tarde.
depois, algumas turbulências, confusões, bagunças, furacões. interna e externamente.
um monte de gente misturada, como num reality show que nunca daria certo. deixou cicatrizes profundas.

veio formatura. e a consolidação de quase 5 anos de coisas novas e apaixonantes. quem participou desse meu dia, aposto que viu as estrelinhas nos meus olhos. dia mais feliz da minha vida. e a ficha caiu algumas semanas depois.
vieram as propostas de trabalho. e eu comecei a me enxergar num molde diferente: a menina das caretas, agora numa atmosfera de gente grande. cobranças e (muito) medo.

os últimos meses do ano me fizeram crescer absurdamente. e dentro dos meus 163 cm, explodiu a guerra entre os seres femininos que me habitam. resultado: uma pessoa ainda meio desconhecida, mas louca pra se descobrir (e ser descoberta). surgiu a possibilidade da viagem e a oportunidade única de realizar um sonho. mesmo que dure pouco.

ganhei uma afilhada linda, experimentei um sentimento nobre de uma "mãe de mentira" e assumi, emocionada a responsabilidade pela menina dos olhos esverdeados.

todo o meu ano de 2005 foi magnífico. eu adotei -definitivamente- a filosofia da verdade, da transparência, do amor e do bem (incondicionais). E a vida ficou muito mais leve.
durante todo o tempo, selecionei meio sem querer as pessoas especiais que quis manter por perto. resgatei amizades, descobri outras novas. e tudo ficou mais fácil.

ganhei o surpreendente título de "mais divertida da família", mesmo acordando mal humorada quase sempre.

mas a última semana do meu ano merece um destaque mais que especial.
foi divertida, leve, deliciosa.

assim, a passagem do ano foi mais que tranquila, internamente.
externamente, eu dei o vexame do ano, e apaguei no final da festa.
feio, muito feio pra uma menina cheia de superstições que nem eu. não pulei as 7 ondas nem fiz ritual nenhum.
bom, pode ser que dê sorte.