
Se "A Insustentável Leveza do Ser" não é a melhor obra da categoria soco na boca do estômago, então eu não sei qual é.
Milan Kundera nos atinge em cheio quando desnuda as relações humanas, instiga a razão dos nossos atos e propõe uma reflexão aparentemente sutil sobre conceitos antagônicos: peso/leveza, forte/fraco, apego/liberdade, guerra/paz.
Tendo a Primavera de Praga como pano de fundo, a obra de Kundera facilita o entendimento de atos e escolhas que, à primeira vista, podem soar como "inconseqüências" mas que são perfeitamente cabíveis dentro da filosofia "só se vive uma vez".
De tão leve, chega a ser insustentavelmente pesado.
Personagens característicos, parecem ser a personificação dos sentimentos mais primitivos da humanidade: quatro extremos; quatro linhas paralelas que, contrariando todas as leis, se cruzam em determinados pontos.
Sobre o filme: Indispensável a leitura prévia. Do contrário, não passa de um aglomerado de clichês num triângulo amoroso superficial.
Elenco de peso: Daniel Day-Lewis, Lena Olin e Juliette Binoche, direção de Philip Kaufman.
Recomendado pra ilustrar o livro. Sempre lembrando que adaptações de livros normalmente pecam pela ausência de detalhes preciosos.
Depois do fim, cai aquela mochila de culpa que a gente normalmente carrega, afinal, "o homem, porque não tem senão uma vida, não tem nenhuma possibilidade de verificar a hipótese através de experimentos, de maneira que não saberá nunca se errou ou acertou ao obedecer a um sentimento."
Nota: Não confundir com o "ligar o foda-se".
(A imagem que ilustra esse post é do filme, não do livro)
Nenhum comentário:
Postar um comentário