segunda-feira, 14 de maio de 2007

Extreme Makeover - Reconstrução Total

Quem me conhece já sabe que eu não sou um exemplo de organização. Não que isso possa ser traduzido como irresponsabilidade, mas eu tenho extrema dificuldade em manter coisas arrumadas.

Só que isso pode tomar proporções enormes. É o que está acontecendo comigo. Dizem os especialistas que o nosso quarto (ou casa) é o reflexo de como está a nossa vida. Muito certo. Na última semana a faxineira precisou jogar minhas coisas pra fora do quarto pra poder entrar e passar o aspirador de pó. Eu não me orgulho e nem acho bonito dizer isso, mas também não tenho vergonha.

Eu tenho trabalhado muito, muito mesmo e quando eu chego em casa tudo que eu tenho vontade de fazer é tomar banho, comer e dormir. E era isso que eu fazia. Eu sei que muita gente trabalha muito mais do que eu. Mas essas pessoas se adaptam a esse tipo de vida meio desumano que insistem em pregar como "consequências do mundo moderno", eu não. Tudo o que eu sempre abominei, tava aparecendo lentamente na minha frente: a minha vida estava se resumindo ao meu trabalho, as pessoas exigindo cada vez mais de mim e eu tou virada num trapo. Trabalhar com crianças todos os dias, é gratificante, é maravilhoso. Mas é ao mesmo tempo cansativo, devastador.

Tudo o que eu não quero na minha vida é "não ter tempo". Eu já tenho experiência mínima de vida pra me dar conta de que tem muito mais vida além da vida. Aprendi da pior forma possível que as coisas não têm dia nem hora certa pra acontecerem. Eu não consigo ser "domesticada", preciso de espaço pra respirar e cometer pequenas "loucuras", como fugir da clínica por 15 minutos só pra tomar um cafezinho.

Sempre fui muito tranquila, muito calma, muito lenta pra seguir esse ritmo frenético que é comum nos dias de hoje. Comecei a ter dores inexplicáveis pelo corpo: coluna, pescoço, estômago, cabeça, e uma gripe que ainda não foi embora.

Na última quinta-feira, eu surtei. De verdade. Desmoronei feito um pudim de leite condensado. Joguei tudo pro alto, me encolhi no colo que eu ganhei e pedi ajuda. Joguei a toalha, porque eu sabia que não conseguia mais levar as coisas do jeito que estavam. Eu cheguei num nível de stress tão alto que até eu me apavorei comigo. E pela primeira vez tive medo de ficar sozinha em casa.

O stress pode se manifestar de diversas maneiras. Em mim, ele apareceu como um misto de medo, carência e me deixou vulnerável. Esse final de semana fiquei em casa e consegui me reorganizar, ou pelo menos comecei.

Eu ainda tenho vontade de sair gritando, mas depois que eu sonhei com o Ty (foto), o líder daquele programa "Extreme Makeover" que dá no People & Arts (canal 52 da NET) entrando na minha casa aos berros, dizendo que tinha chegado a minha vez, eu relaxei. É um sinal de que a casa velha foi derrubada. E que, em breve, terá uma novinha em folha construída em cima.


2 comentários:

vinícius disse...

eu cago o ty a pau. e nem é por ti. é porque esse cara é um porre, mesmo.

Bueno disse...

Já passei por isso. Tu tem que achar o botão que ativa o piloto automático. Daí as coisas melhoram um pouco. Não é a melhor alternativa, mas é a mais fácil pra pessoas como nós, desorganizadas.