já falei que não gosto do paulo coelho.
ainda não falei que não acho o woody allen um gênio, talvez fale sobre isso um dia.
mas hoje eu quero falar de outra unanimidade, uma unanimidade regional: martha medeiros.
eu não vou questionar a capacidade intelectual dela. não porque isso seja indiscutível, mas pelo simples fato de ser indiferente para esse post.
o que me interessa é entender esse fenômeno vazio.
sinceramente, não sei por que ela ganha tanto destaque. vocês podem achar que eu sou invejosa ou racalcada. mas o fato é que só o que explica tantas mulheres se identificarem com ela, é essa frase fantástica do nelson rodrigues que serve de título.
martha medeiros é tão superficial quanto as mulheres que ela descreve e inventa. é tão oportunista quanto os terríveis homens que ela critica. qualquer dona-de-casa com tempo consegue refletir e escrever uma coluna igual -ou melhor- do que as dela. e não que as donas-de-casa sejam menos inteligentes. mas justamente pelo fato de não terem todo esse glamour e reconhecimento, o que é injusto, visto que a maioria dessas mulheres de verdade tem muito mais consistência pra falar sobre outras mulheres ou sobre elas mesmas. porque essas sim, vivem a realidade que ela tanto quer retratar.
as defensoras de martha podem dizer que isso é positivo, que significa que ela tem essa identificação com as mulheres.
seria. se ela não fosse um engodo. martha não é essa mulher super legal-prafrentex-descolada-livre de preconceitos-de coração enorme e compreensiva. não é. ela é uma pessoa que usa máscara. que se faz de legal pra atingir mulherzinhas suscetíveis que lêem crônicas bobinhas e tomam como verdade, se emocionam, se identificam. mulheres, acordem!
não existe mais espaço, em pleno 2009, pra discussões do tipo "homens são de marte, mulheres são de vênus", "porque os homens traem e as mulheres choram?". dramas românticos me enojam, me irritam. talvez alguma psicóloga explique isso um dia.
é muito fácil refletir sobre coisas que tocam as pessoas. é fácil enganar. paulo coelho faz isso. é extremamente simples jogar questionamentos ou frases feitas ao vento. e terminar com um ar de "pensem nisso..."
ontem vi o filme "divã". vi, porque apesar de ser extremamente crítica e preconceituosa nesse sentido (porque eu não vejo qualquer filme), eu sou legal e resolvi dar mais uma chance a ela. é que nem quando a gente esfrega os olhos pra ter certeza de que não está vendo coisas.
definitivamente, não dá.
o que salva o filme de uma grande vergonha do cinema nacional é a atuação brilhante da lilia cabral. é lamentável, superficial, simplista, uma grande baboseira. meus pais viram comigo. ficaram chocados com a falta de assunto.
não vou comentar o filme, quem quiser que assista. depois não digam que não avisei.
eu não sei por que nunca me identifiquei com a martha. talvez porque eu não seja tão facilmente corrompível, porque eu seja contra esse movimento mulherzinha que assola o mundo e os relacionamentos, porque eu seja totalmente contra a guerra dos sexos. mas eu prefiro mil vezes ler o david coimbra.
desculpa, martha. foi um desabafo.
que nem os que tu descreve. de mulher pra mulher.
assim, bem bichinha.
2 comentários:
tu só seria invejosa ou "racalcada" se o teu blog aqui bombasse e o roger lerina não te citasse. ou pior: te comparasse a ela.
a martha é, mesmo, uma abobada. e nada contra ela escrever o que ela escreve e ter gente que goste. de fato, o que impressiona é que TANTA GENTE goste.
E lá fui eu no googoráculo perguntar quem é tal criatura uma vez que é uma completa desconhecida pras bandas de cá.
E na boa, bastou uma leitura dinâmica de alguns textos propostos, e bumba: Que imitação fajuta do Arnaldo Jabor. (Desculpa até a comparação Jabor)
E acho que o público é bem parecido com o que gosta de Marcia Gol di shimiti (não sei como escreve o nome da condenada) ou Alo Cristina, Ana Hickman, Eliana...Socorro, os jornais estão virando uma extensão da TV aberta!
Giovanna - Manaus Amazonas (Sempre participando, rs)
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