sexta-feira, 29 de setembro de 2006

ressaca

(da série: resgatando escritos)

Me deixa vomitar as palavras agora, essas palavras que me enjoam todos os dias e que não me pertencem, me deixa, eu quero vomitar tudo que eu tive que engolir durante anos e não quero mais esperar que essas coisas fermentem aqui dentro e eu acabe explodindo de ódio qualquer hora assim, bem na tua frente, enquanto tu me olha com essa cara de pavor, pedindo pra que eu tenha calma, pra que eu pare de gritar, dizendo que tudo vai se resolver e implorando pra que eu não te olhe mais com olhos injetados de cólera mas não dá, eu quero acabar com esse enjôo que me enche a boca desse fel cada vez que eu te olho e vejo que tu não mudou quero me livrar desse peso quero me sentir vazia de verdade e depois sentir a cabeça ecoando meus passos eu quero me livrar dessa bebida amarga que tu me fez beber em pequenas doses durante tanto tempo e que agora me deixou embriagada de ódio e de desespero, eu quero cair ali na sarjeta e deixar essa angústia que me sufoca escoar junto com a água podre que infesta a rua, quero que tu vá pro inferno porque eu vou acordar desse pesadelo me sentindo culpada por ter desperdiçado tanto tempo com alguém que me deixou bêbada de mentiras e eu vou acordar ali deitada na sarjeta com um vira-latas me lambendo a cara fazendo exatamente o que tu fazia comigo naquelas noites em que tu me prometia o mundo antes de lamber o meu pescoço me deixa, me larga eu não aguento mais, me deixa despejar essa ira, deixa a minha tristeza escorrer em lágrimas enquanto eu finalmente acabo com essa embriaguez, porque amanhã ela vai me render a pior ressaca de toda minha vida.

sim, essa sou eu - foto tirada em 2002.

terça-feira, 26 de setembro de 2006

Aniversário


No final da tarde do dia 26 de setembro de 2005, eu tava lá no Moinhos, com a cara grudada no vidro do berçário, chorando ao ver e ouvir a minha afilhada linda que tinha acabado de nascer.
No outro dia, fui derrubada pela maior crise de ites da minha vida. Não pude nem ir visitar a criança e mal podia falar ao telefone.

Depois de 10 dias, assim que o médico me garantiu que não tinha mais perigo de passar as bactérias pro pobre anjo eu, enfim, pude visitá-la e passei o dia com ela no colo.

Hoje ela faz 1 ano e tá cada dia mais gata.
Libriana das boas. Signo de ar, como a dinda e a mãe dela.

Só o que eu tenho a desejar, é que ela seja feliz.
E que ela saiba que o papel da dinda é acabar com todos os bichos-papão que se atreverem a cruzar o caminho dela. Pro resto da vida.

Feliz Aniversário, Isadora!

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Domingo + primavera

Domingo de manhã
(Meu pai, parecendo um modelo do Tevah)


Domingo, fim de tarde
(Desculpem, mas eu tenho o pôr-do-sol mais bonito do mundo todos os dias aqui, bem na minha janela.
E desde que eu nasci, sou apaixonada por ele).

perfil

nome bonito. sobrenome estranho, mas combinaria com o meu. sorriso lindo. 27 anos. hm, é solteiro.
trabalha com arte. escreve bem. tem olhos castanhos. gosta de flertar, material erótico e tempestades.
78 comunidades. olha! também gosto dessa banda! tá no doutorado. gosta de sorvete de pistache mas detesta cigarro. nunca fez amigos bebendo leite. mora sozinho. deve ganhar bem. é do interior. usa barba. pelas fotos, tá sempre em Montevideo. gosta de Patrícia. ainda bem que é a cerveja. tem bom gosto pra filmes.
não apaga recados. isso é bom: não tem rabo preso.
só recado de mulher. ele responde todos, mas não é nada comprometedor.
ele usa essas bermudas que eu gosto.
bom sinal. é gremista e vai ao estádio. bah! tava no mesmo jogo que eu, que coisa.
nossa! temos 2 amigos em comum. como será ele conhece o Rafa?! ah, a Dani deve ser da faculdade. mesmo curso.
8 depoimentos.
ele é carinhoso, sincero, amigo e meio desastrado. tá, não faz mal.
tem uma irmã. hm...e já é tio, pelo visto.
muito criativo. interessante, inteligente.
gostei.
será que deixo um scrap? não, scrap não. ele parece ser discreto. mensagem, uma mensagem. se ele não gostar, pelo menos ninguém fica sabendo.
vou arriscar. tá, amanhã sem falta. vou acompanhar um pouco mais.
vou ser bem sutil. tomara que ele goste de mim.

sábado, 23 de setembro de 2006

Se me permitem,

gostaria de dar algumas dicas:

1. Para aquelas noites que tão quase sendo chatas:
Peguem uma boa companhia pela mão, escolham um bom cinema e assistam Click.
Eu assisti na última quinta e foi deveras divertido.

2. Leiam o http://www.armazemliterario.com.br/
Sempre tem gente boa e surpresas agradáveis.
Pros que se arriscam: dá pra mandar textos e, se forem escolhidos, são publicados e entram na lista de votação.Os mais votados vão ficando no ar.

3. Pra ler e reler: "Os cem melhores contos brasileiros do século".
Leiam um conto todas as noites antes de dormir e acordem mais felizes.

4. Quer comer bem, num lugar agradável?
Restaurante La Piedra. Cozinha variada, ambiente aconchegante, vista maravilhosa pro Rio Guaíba, atendimento impecável. Nada muito caro, mas a gente paga pelo que é bom. Tem sarau literário uma vez por semana, se não me engano. O dono é um artista plástico argentino (charmoséérrimo), o Manolo. Pra saber mais: http://www.lapiedra.com.br/ . Aceito convites.

5. Tá, entendi. Tá sem dinheiro, né?
Sem problemas. Pega um saco de bergamota (Ponkan, de preferência) numa mão e aquela pessoa divertida na outra e vai lagartear no solzinho. Mas vê se leva uma sacolinha pra botar as cascas e as sementes. A gente é pobre, mas é limpinho. Sugestão de lugares: Redenção, Gasômetro e Ipanema. E te apressa. Tá passando a época das bergas.

Divirtam-se!

quarta-feira, 20 de setembro de 2006

"Não há Brasil sem Rio Grande
e nem tirano que mande
na alma de um farroupilha."
(Jaime Caetano Braun)

Estou num estado muito apropriado para comemorar o Vinte de Setembro: o Rio Grande do sul - hehehe tá, é que foi inevitável...Falando sério, eu quis dizer estado de condição física: tou uma bela duma farrapa.
A festinha de aniversário da Schi, ontem, me derrubou. Eu não me lembro muito bem da metade final da noite mas, se não me engano, eu (junto com Lady Bauer e um bonitão lá que me apareceu de repente) fechei o Santíssimo.

Mas, já eram mais de 3 da manhã, e eu mal conseguindo caminhar sozinha, ainda encarei aquele cheiro de fritura e gordura rançosa do Cavanha's. Torci pra não encontrar nenhum conhecido por lá e sentei comportada na mesa. Só que num determinado momento, não conseguindo controlar o meu enjôo, comuniquei ao meu faminto acompanhante, que teria que dar um tempo na rua, pra poder respirar. Naquela hora, tudo que eu mais queria era sentar no meio fio e acabar com aquele embrulho no estômago, mas me contive.

Eu não me lembro do percurso da volta pra casa. Só lembro de dar boa noite pro porteiro, tentando andar em linha reta. E lembro da dificuldade em achar a chave certa pra abrir a porta.

Acordei hoje de manhã sem saber como eu consegui subir na cama e, o mais incrível: eu tava de pijama! Não dormi com a roupa fedendo a cigarro, como já aconteceu antes. Agora tou aqui, de pantufas, calça e moletom, jogada às traças, com a cabeça doendo e o estômago pesado. O pior de tudo é que hoje eu tou (ir)responsável pela minha irmã pequena, que volta e meia me pergunta se eu tou melhor sem nem saber o que eu tenho, realmente. Não tive condições de fazer almoço pra ela, coitada. Ainda bem que existem os Hot Pockets da Sadia.

Agora vou aproveitar o feriadinho com chuva pra me recuperar, deitada, olhando sessão da tarde e tomando chá.

Tou de ressaca, mas tou feliz.
E viva os Farrapos!

(sério: agradecimento especial à Carol e ao menino do olhar bonito que me deixou na porta de casa. Sem eles, eu não estaria aqui - literalmente.)

sábado, 16 de setembro de 2006

Sábado em família

Luísa, Isadora e a dinda coruja.

Nina, a aniversariante do dia!

irmãs

Meu tio e minha afilhada. Cada um bebendo o que convém.


Estragando o momento rômantico dos meus pais.


A ala velha dos netos (tirando a minha tia, bem na esquerda.)

Eu sou a mais velha de TODOS. Mas é claro que não parece.

quinta-feira, 14 de setembro de 2006

reforma

estou sem chão.
agora sei exatamente qual a sensação de não ter onde pisar.
aí tu olha pre frente e não enxerga nada, mal consegue respirar.
só existe uma névoa de poeira, baixando bem devagar, como se fosse o último suspiro daquilo tudo que acabou de ser destruído.
aí tu olha pra baixo e só vê buracos. e tem vontade de se enfiar num deles.
não existe mais nada.
a gente tenta gritar, mas é sufocada pelos destroços.
e quando a voz sai, teimosa, ecoa no meio do nada.

pior sensação do mundo, é quando te tiram o chão.
os últimos dias têm sido iguais: levanto, sacudo a poeira e boto o spray pra rinite.
dar a volta por cima ainda não dá...
o Seu Jesus acabou de assentar o piso novo na minha cozinha.

quarta-feira, 13 de setembro de 2006

Modernidades

Definitivamente, tem alguma coisa errada: eu ou a moda.

Falo em moda de moda, mesmo: roupas, tendências, tecidos, cores, modelagens...e todo esse blablabla que eu não entendo nada.
Pois bem. Hoje fui às compras com a minha irmã.
Tá certo que eu nunca fui ávida por tardes de bate-pernas em shoppings, entra e sai de provador, essas coisas. Eu odeio experimentar roupas. Talvez isso ajude a diminuir os meus níveis de tolerância dentro de lojas.

Além do mais, eu sou indecisa, entro em pânico quando eu tenho que escolher entre a blusinha azul ou a verde. Nunca sei o que fica melhor, nunca sei o que comprar. Eu sempre preciso de uma segunda opinião incisiva e definitiva. Mas a minha irmã é tão indecisa quanto eu.

Só que o que me deixou furiosa hoje, foi não ter conseguido encontrar uma calça jeans que eu gostasse. Experimentei umas 20. E todas, TODAS agora têm aquela boca afunilada, colada no tornozelo, pra usar com aquelas botas (que eu acho muito bregas) por cima, num estilo que homenageia o astronauta Marcos Pontes, só pode! Eu me lembro que na sessão "certo e errado" da Capricho, botas por cima das calças -bem como bota de cano curto com saia- eram vetadas, sempre. O que é isso, agora?! Onde estão as calças básicas, five pockets, retas e que ficam bem tanto com tênis quanto com um sapato mais alto?! Não. não existem mais.
Essas malditas modelos magricelas ajudam a disseminar essa moda patética e esquelética. E as moças pequenas de quadril largo, que nem eu?! Eu tenho muita coisa pra acomodar nessas calças anoréxicas, de pernas finas e sem compartimento de bagagem. Eu não sirvo num modelito Gisele Bündchen!

Tá certo que eu sempre tive dificuldade pra achar calça jeans. porque eu acho que o meu número não existe. As 36 não passam nos quadris e as 38 sobram na cintura. Okey, okey... eu já me acostumei a ter que mandar arrumar a maioria delas na costureira. Mas isso até tudo bem....agora, essa moda besta de estragarem as calças jeans clássicas, é demais.

Fiquei TRÊS HORAS dentro do shopping e saí desiludida. Essa vida de dondoca não me serve.

E agora? O que vai ser de mim, uma old fashioned girl, com essas calças moderninhas?

*suspiro*

terça-feira, 12 de setembro de 2006

Scooby Dooby Doo...Where are you?

Especialmente hoje, senti muita saudade de uma pessoa que mudou minha vida há 3 anos e ainda me faz uma falta enorme.
Do guri que me ensinou quase tudo que eu sei sobre o amor.
Do guri que me despertou pra vida.
Do guri que fez 4 meses valerem por uma vida inteira.
Do guri que me deu um dos meus melhores verões.
Daquele que me lapidou e me deu aulas de coragem e de como se vive intensamente.
Do sorriso mais lindo, que brotava tímido no meio daquele cheiro de álcool iodado, toda vez que eu aparecia vestindo aquela máscara feia.

Saudade do primeiro par de olhos azuis que me fizeram tremer.
Saudade de ouvir as coisas que ele me dizia todos os dias e que eu tomei como lema.

Saudade de uma cumplicidade que eu acho que nunca mais vou ter. De uma entrega mútua que é digna só daqueles que entendem que a vida não pode ser vivida pela metade.

Foi o meu primeiro amor incondicional.
É a minha melhor saudade.

domingo, 10 de setembro de 2006

só uma coisinha:

não costumo ficar expondo esse tipo de coisa, mas vou ter que falar...na noite de sábado pra domingo eu dormi acompanhada.
mas essa vez me provou, mais uma vez, que eu tenho o maior jeito pra virar noites.

ainda mais quando é pra cuidar de bebês. minha afilhada coisamaisqueridadadinda dormiu comigo. e, enquanto eu fazia ela dormir, na penumbra do quarto, olhava o rostinho dela, com aquele bico cor-de-rosa enterrado entre as bochechas, pensava: "eu acho que eu vou ser a mãe mais apaixonada do mundo".

ela chorou, sim. bebês choram. eu acordei de madrugada, fiz mamadeira às 7 da manhã, troquei fraldas e fiz ela dormir de novo, até às 11, porque domingo é dia de dormir até tarde, oras.

mas uma das melhores sensações do mundo, é ser acordada, às 7 da manhã (depois de ter ido dormir às 3), com uma mãozinha gorda no meu nariz, me beliscando. Daí tu abre os olhos, vê aquela coisinha sentadinha na cama, toda descabelada, com o bico encobrindo o sorrisão...e eu quase me derreto de tanta felicidade.
Tem que ter muito autocontrole pra conter a síndrome de Felícia: "vou te apertar, te esmagar e te encheeeer de carinho!"

A Isadora entrou pra seleta lista das pessoas que conseguem me acordar sem me deixar de mau humor.

E me deixa toda orgulhosa quando recusa o colo de todo mundo e só aceita o meu.

Concluindo: nunca, NUNCA acreditem em mim o dia que, por alguma insanidade mental minha, eu disser que não quero ter filhos. Definitivamente, eu nasci pra ser mãe.

sábado, 9 de setembro de 2006

O começo do fim

Este blog vem enfrentando problemas de força maior: a dona é geminiana e enjoou dele. (Que fácil, né? Mas comigo é assim que funciona.)

Não ando mais a fim de escrever aqui, portanto, é provável que ele desapareça em alguns dias.

Pode ser que daqui uns tempos eu até retome ele. Mas, independente do que o futuro reserva a esse humilde sítio, ele vai ficar aqui...e vai ficando, ficando...até se perder em meio a esse monte de lixo virtual.

Ai! Enchi o saco, enjoei, cansei, deu.
E não darei entrevistas sobre o assunto.

domingo, 3 de setembro de 2006

ENFP

Na época do colégio, em meio aquele estresse de final de terceiro ano, decidindo algum curso pra fazer vestibular, nós, adolescentes, cheeeios de dúvidas, recebemos durante algumas semanas, a visita de uma grupo de psicólogas que foram lá pra aplicar um teste de personalidade e aquele vocacional.

No fundo, eu não sabia direito o que queria fazer no vestibular, mas eu sabia que na hora, eu ia saber. Eu não tava muito preocupada. Mas sempre adorei fazer esses testes.

No teste vocacional, o resultado não me surpreendeu: área da saúde, comunicação, facilidade pra lidar com pessoas e todo aquele blablabla. Bom, se o teste tava certo, não sei, mas não deve ser à toa que eu sou extremamente feliz na profissão que eu escolhi.

No teste de personalidade, eu nunca esqueci a sigla à qual eu fui resumida: ENFP ou, Extroverted, iNtuition, Feeling, Perception.

Outro dia, me mandaram por e-mail um link de um teste de personalidade muito semelhante ao que eu fiz há 7 anos. Mas, logicamente, muuuuuito mais resumido. Refiz. Deu a mesma coisa. Sou uma ENFP assumida e feliz. Faço parte dos 7% da população. E ainda tenho temperamento idealista, que nem o Gandhi. Adorei.

Quem não tiver mais nada pra fazer e quiser ler o que é uma ENFP, o link é esse: http://www.gnubis.com.br/cgi-local/teste.pl?profile=ENFP

Quem quiser fazer o teste, o link é esse: http://www.gnubis.com.br/cgi-local/teste.pl . E se alguém fizer, volta aqui pra me dizer o que deu. (Tem um outro link que mostra um gráfico no final: http://keirsey.com/ptest.html)

Façam e me contem. Quero saber com que tipo de gente eu ando me relacionando.

sexta-feira, 1 de setembro de 2006

Eu casaria com o David Coimbra. Mas só se ele me fizesse o pedido hoje.
Ando meio oscilante, ultimamente.